sábado, 17 de agosto de 2013

O mal que eu não quero esse eu faço.

Não escrevo algum tempo, mas agora quero me comprometer a postar o conteúdo que tenho escrito ultimamente. Sendo o primeiro a algum tempo, recomendo ler, na última sexta foi nosso estudo no grupo Alfa (https://www.facebook.com/groups/327585277287473/) e ele se torno bastante revelador e gratificante:


Desde o começo de tudo vemos uma separação clara entre a luz e as trevas ("E fez Deus separação entre a luz e as trevas" Gênesis 1:4), apesar do seu contexto dizer sobre a criação do mundo, fica claro no decorrer das Escrituras que estes termos são usados para definir os estados: divino de santidade e de corrupção pecaminosa. Os quais são os princípios doutrinais daquilo que agrada e não agrada a Deus.


A palavra “santo” ocorre mais de 600 vezes na Bíblia  e mais de 700 quando incluímos palavras dela derivadas como santidade, santificar e santificação. O sentido mais básico para santidade significa separação. E essa mesma vontade é expressa em Gênesis 1:4, que foi dada em geral ao Seu povo escolhido nas Escrituras, afinal somos chamados a ser santos porque Deus é santo (Levíticos 11:4,45; 19:2; 1 Pedro 1:15-16).

Ok, você já sabe o que é santo, sabe que Deus é santo e sabe que já fomos santificados por Cristo como diz Hebreus 10:10, mas e agora?

Antes que nada as Escrituras nos dizem em  1 de Coríntios 1.2; 6:11 que somos lavados, justificados e separados por Cristo Jesus e ele se torna em nós nossa sabedoria, justiça, santificação e redenção (1 Corintios 1:30) por tanto uma caraterística básica do convertido é a própria santidade na qual fazemos parte em Cristo.

Em Atos 20:32; 26:18 nos narra uma caraterística ou mesmo um sinônimo dos verdadeiros cristãos da primeira geração: os “santificados”;  por tanto e de fato já somos separados não sendo mais pertencentes a corrupção do pecado. Alguns teólogos chama esse dom de santidade de nossa “santificação definitiva”.

Mas...E Filipenses 2:12-13(Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor,pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele)?

É maravilhoso ler nas Escrituras e ver que a Graça de Deus não acaba no momento que atinge qualquer expiação ou mesmo a justificação. Que a vontade dele é nos tornar filhos (Romanos 8:14), nos tornar filhos parecidos com Cristo (Romanos 8:29) e fazer parte da sua Glória (Romanos 8:30). Por tanto ele também nos chamou para uma separação voluntária para uma vida dedicada a Ele (1 Tessalonicenses  4:3,7; Romanos 8:12-13). É ótimo saber que “santos” é aquilo que somos e nos devemos tornar para que sua obra seja completa na nossas vidas(Romanos 6:14; Hebreus 12:14).

Ok, mas...E ai, não está fácil para ninguém?
Que bom, esse é o primeiro passo em identificar nossa dependência em Cristo e fazer parte do testemunho do Espírito Santo (João 3:12-15; Provérbios 15:33). Mas essa é a parte fácil, afinal nos olhamos no espelho todos os dias e sabemos que não somos super-homens nem super-mulheres, e isso já tira um dos grande paradigmas em que nossa santidade não está em sermos grandes exemplos moralistas como o eram os fariseus na sua época, a Biblia é clara “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”( Colossenses 2:23).  O grande processo de santidade está em em nós revestirmos como “...eleitos , santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade (Colossenses 3:12).
É propriamente este sentimento expressado em Romanos 7. Na minha “tentativa” em evangelizar alguns “ex-crentes” ou mesmo em exortar alguns com atitudes desalinhadas da Palavra de Deus, tenho recebido respostas baseadas especificamente neste versículo (Romanos 7:19 -" ...O mal que eu não quero esse eu faço.") como desculpa. A verdade é que realmente sim existe um reconhecimento humilde deste servo de Deus aliás de um Apóstolo de Deus,  ao expressar suas fraquezas, e sem dúvida nenhuma, existia uma imperfeição neste homem.  Até ai tudo bem, mas não esqueçamos que Bíblia nunca se negou, que não cola desculpas como: “...o meu cachorro comeu... “, e que isto sim é inspiração e doutrina divina. Então, se lemos o Livro de Romanos vemos uma evolução à explicação desta postura humilde e Paulo nada mais demostra a falência e a infelicidade do homem na tentativa de ser “bom” e que no socorro existe o Cristo.
Outro problema em entender o processo da santificação é que estamos preocupados em ser “espirituais” e não “santos”. A Biblia é clara que a santificação é um ato de “ser” e não “estar”. Quantas vezes tem escutado o discurso: “..eu sou espiritual não sou religioso”, como se fosse uma alternativa “descolada” de vida, isto tem se impregnado nas nossas igrejas dando mais valor as sensações “espirituais” como oração, cura, paz interior e um sentido abstrato do amor, e esquecemos de: “...buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.(Mateus 6:33). Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17), a verdadeira espiritualidade não está em sensações e sim em condições.
Outro problema não tão obvio que nos leva a cair no pecado é tentar sermos nos mesmos – Pera aí, como assim?-As grandes ciências como a filosofia e psicologia tem sido grandes motores na nossa sociedade a nos incentivar em que a única maneira de termos nosso propósito de vida cumprido é acharmos nosso “eu interior”. Em nenhum momento desmereço estudos e ciências, “ Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.”(1 Coríntios 1:23). A procura da “nossa identidade” tem levado anos de estudos e até mesmo guerras e mortes. O que a Bíblia nos diz é que nossa imagem foi corrompida (Genesis 6:11) e Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito.(Jeremias 10:14), Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.(1 Coríntios 13:12)
Outro problema um tanto "global" como individual é que não tirarmos os ídolos de uma vida passada ou mesmo levantamos alguns outros na jardim de casa. Muitos reis na história da Biblía retiravam ídolos das terras que eles assumiam ou mesmo conquistavam independente da cultura daquele povoado, e Deus se comprazia. Mas alguns outros não faziam (1 Reis 14:14;22:43;2 Reis 12:3; 14:4;15:4;35). E isso foi  talvez uma das principais quedas que o próprio povo de Israel sofria. Culturalmente somos bombardeados por mensagens de “sexo, dorgas e rock&roll”,  a facilidade da internet , do “iphone”, e as baladas “bombantes”, não nos incomoda mais, afinal faz parte da cultura. A mulher seminua no nos choca, “a prova de amor” ou mesmo a desculpa de que“...nos precisamos explorar” é uma realidade frequentemente praticada.  O texto em 1 Corintios 6:12-20, fala sobre um pratica especifica que é a pratica da imoralidade sexual, apesar do v.12 iniciar com tudo me é permitido, é outra desculpa “manjada” pelos crentes a usar seu “cristianismo livre” por um libertinagem que nada mais é que uma escravidão as praticas pecaminosas. Acho interessante o v.18 aonde diz: “Fujam da imoralidade....” O mensagem foi claro e desculpa de bêbado (deixo quando quiser...) não cola. Quando estejamos a ponto de ceder a nosso corpo lembre de quem é o santuário (1 Corintios 6:19), a quem pertence  e a quem vocês Glorificam(v.20).
O problema anterior leva a um outro “mundanismo crente”. Por mais que não concorde com o jeitão da denominação “Congregação”, posso dizer que uma coisa é digna de imitar é sua discórdia com “entretenimento mundano”. Mundanismo é uma termo genérico dado a práticas que se opõe a vontade de Deus (1 João 2:16). Mas o mundanismo não habito só em época de “carnaval” é tão impregnado no “irmão desviado” como na nosso sistema evangelístico, no nossos valores éticos e na nossa maneira mundana de vestir, gastar e buscar entretenimento por meios  “agradáveis” ao mundo. Afinal a Biblia diz que temos que amar nosso próximo como a nós mesmo? Mas não diz também que temos que amar a Deus sobre todas as coisas? E melhor ainda não é melhor amar a nosso próximo mostrando o que temos de melhor que é o Cristo que vive em nós?  A Biblia declara alto e claro: “Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2:15; Tiago 4:4). Amar o mundo não se refere ao simples ato de praticar, se não também de colocar as nossas forças, “grana”, virtudes e atenção num molde como vivem as pessoas que não conhecem a Deus, mas bem deixem a Deus transformar completamente sua mente para saber aquilo que realmente é bom, perfeito e agradável a Ele (Romanos 12:2).

Assim, fica um pouco mais claro o que Paulo na sua citação em Romanos 7:14-25 quis dizer uma luta interna existente no próprio crente em que mesmo na nossas próprias vontades boas nunca levaremos a prática, mas existe um Cristo santo o suficiente em nós que nos livra de qualquer escravidão que nossa carne é sometida e ganhamos uma vida completamente dedicada a Deus  (Romanos 6:22).

A santificação não é um verbo delimitado algum tempo em específico mas sim um adjetivo de transformação na vida do cristão, mas para entender melhor aplicação que nos ensinam as Escrituras, o manual Bíblico Unger o separa em três aspectos: passado, presente e futuro.  No passado nossa posição é como Deus nos vê em Cristo (1 Corintios 1:2, 30; Filipenses 1:1). Num  estado estático e inalterável resultado unicamente da união com Cristo, aonde todos os crentes sem distinção são santificados (1 Coríntios 1: 30).

O outro aspecto presente é como somos na nossa conduta (2 Tessalonicenses 2:13), aonde é progressivo é mutável aonde depende da submissão à vontade de Deus (Romanos 6:13) e da conformidade à Palavra de Deus (Romanos 12:2); neste aspecto transforma posição de sermos santos em experiência dependendo do conhecimento de nossa posição em Cristo e da fé nesta posição (Romanos 6:1-11). O aspecto futuro é como seremos na Glória (Romanos 8:29; 1 Corintios 15:49) e isto é eterno e nosso resultado final (Filipenses 3:21) nos tornamos igual a Ele livres de qualquer disposição do pecado, doença  e mesmo da morte (1 Corintios 4; 15:54; 1 João 3:2).
Glória Deus!, não existe correspondência mais linda da Graça em Cristo que esta mensagem de salvação, conversão e transformação. É a certeza de que não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1), e a morte destes nossos desejos pecaminosos nos dá vida e um obra a ser completada em Cristo Jesus para a Gloria na eternidade.
Guardemos nossa santidade, porque não é simplesmente o testemunho como também a confirmação de nossa salvação (1 Tessalonicenses 1:13), de nosso chamado (1 Tessalonicenses 4:7), é nosso revestimento (Efésios 4:24), nosso aperfeiçoamento (2 Coríntios 7:1), é nosso serviço (Romanos 6:22), nossa maneira de viver(1 Pedro 1:15),  é a espera  da Glória venideira  (1 Tessalonicenses 5:23) e o passe para ver a nosso Deus (Hebreus 12:14).

“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco”. 2 Coríntios 1:12